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Com 2 bilhões de famintos, mundo está perto de nova crise alimentar- Fonte CFN

terça-feira, 5 de julho de 2011

Fonte : Conselho Federal de Nutricionistas acesso em 05/07/2011
Autor/Fonte: GAZETA DO POVO - PR

A alta nos preços dos  ALIMENTOS, a especulação e a desigualdade na distribuição de recursos entre pequenos produtores e os latifundiários são problemas globais e fazem da SEGURANÇA ALIMENTAR uma das principais questões na pauta internacional.

O coordenador-executivo da organização não governamental Action Aid Brasil, Adriano Campolina, falou sobre essas questões em entrevista à reportagem da Gazeta do Povo, realizada por telefone. Agrônomo e especialista em SEGURANÇA ALIMENTAR e relações comerciais internacionais em agricultura, Campolina já foi diretor internacional deSEGURANÇA ALIMENTAR da Action Aid e, também, diretor da mesma instituição para África.
"Os países precisam sair da retórica e, de fato, investir pesadamente em recursos públicos e apoio para a agricultura familiar [para evitar a crise alimentar]"
Ele fala sobre a importância da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e ALIMENTAÇÃO (FAO) e da eleição do brasileiro José Graziano como diretor-geral dessa agência da ONU.
Qual a representatividade e a importância da FAO no atual contexto mundial?
A FAO implementa uma série de atividades relacionadas à agricultura e à SEGURANÇA ALIMENTAR. Tem um centro de estatística em que acompanha a produção global de ALIMENTOS e a evolução da SEGURANÇA ALIMENTAR. Também tem departamentos voltados a atividades de cooperação internacional, a fim de apoiar os países mais pobres. Mas a FAO tem um outro papel muito importante, que é coordenar políticas públicas de combate à fome.
E como tem sido exercido esse papel político?
Como tem representação dos governos de quase todos os países do mundo, a FAO deveria também ser um espaço onde se buscasse construir um consenso político sobre as melhores formas de combater a fome, mas falhou nesse sentido nos últimos anos. Houve um momento muito importante, em 1996, quando foi realizada uma cúpula mundial da ALIMENTAÇÃO, com chefes de estados do mundo inteiro. Cada um dos países se comprometeu a fazer planos nacionais de como erradicar a fome. Infelizmente, dez anos depois, nem conseguiram fazer outra cúpula. Acabaram fazendo apenas uma reunião com representantes dos países, porque não conseguiram manter o mesmo ímpeto político no combate à fome. Isso, não só por culpa da FAO, mas também dos próprios governos, que não deram prioridade ao assunto.
Quando houve a crise alimentar, em 2008, o secretário-geral da ONU criou um grupo especial, com várias agências, inclusive a FAO. Se a FAO tivesse mantido a liderança de 1996, ela seria por natureza o organismo a fazer isso, não seria preciso criar um outro grupo de trabalho.
Para o Brasil, qual a importância de Graziano estar à frente da FAO?
Nesse momento da conjuntura internacional, em que a crise alimentar ocupa espaço importante nos maiores governos, a FAO é uma oportunidade para o Brasil, a partir do sucesso que tivemos aqui, de demonstrar liderança no combate à fome. Agora, o Brasil deve apresentar alternativas e soluções para contribuir efetivamente.
Em um artigo publicado no site da Action Aid, o senhor disse que o G20 não tem legitimidade para governar o sistema global de ALIMENTOS. Qual a força da FAO diante do G20?
O G20, por ter entre seus membros potências agrícolas muito importantes, acaba tendo um grande impacto no mercado de ALIMENTOS e nos preços, mas não pode, de maneira nenhuma, ser o espaço que determina a coordenação internacional de políticas agrícolas. Afinal, são só 20. O que fazer com os outros 173 países, que são exatamente onde a fome é mais prevalente? O G20 não têm legitimidade para coordenar as políticas globais. Mas tem poder e responsabilidade de corrigir as bobagens que fez, que levaram à crise alimentar. A responsabilidade do G20 é fortalecer e reconhecer a FAO e o comitê de SEGURANÇA ALIMENTAR como o espaço legítimo de coordenação dessas políticas.
Uma matéria publicada no jornal Valor Econômico, na semana passada, cita a constatação feita por José Graziano de que a alta dos preços agrícolas deve persistir e a consequência poderá ser uma nova crise alimentar. O senhor concorda com essa previsão? O que pode ser feito para evitar isso?
Nós estamos muito próximos disso. Tínhamos, no mundo, até 2008, cerca de 950 milhões de pessoas em situação de fome ou DESNUTRIÇÃO. Com a crise, outros 100 milhões se somaram a esse número e passamos de 2 bilhões. Neste momento, estamos muito próximos de uma crise alimentar semelhante à de 2008. A FAO fez uma pesquisa e constatou que, no último ano, o preço da cesta básica no mundo aumentou 50%. Trigo e milho, que são muito importantes para a SEGURANÇA ALIMENTAR, estão com preços quase 100% maiores que no ano passado. Na avaliação da Actio Aid, estamos a uma má colheita de uma nova crise. Este ano, nós já temos mais 44 milhões de pessoas empurradas para situação de fome. Mas uma nova crise ainda pode ser evitada.
Quais são os principais estímulos para essa crise?
Há operações financeiras que compram papéis e denominam a correção do título atrelada ao preço do milho. Ao denominar a correção do título monetário em valor de commodities, estão especulando que o preço vai aumentar. Esse mercado virtual, acaba tendo resultado no mercado real. Essa especulação teria de ser limitada com urgência absoluta. E o G20 tem poder para fazer isso. Outra condição é regular a produção do biocombustíveis. É preciso proibir esse tipo de uso ou regulá-lo ou inibi-lo porque, se não, a alta dos preços é estimulada, pois aumenta muito a demanda por um produto que poderia estar sendo usado para a ALIMENTAÇÃO. E eu avalio o caso do Brasil com preocupação. Há um risco grande de que essa expansão acelerada de biocombustíveis ocorra sobre áreas que antes vinham produzindo ALIMENTOS. Ocorre aí uma competição por recursos, como terra, crédito.
Como a crise alimentar ainda pode ser evitada?
Os países precisam sair da retórica e, de fato, investir pesadamente em recursos públicos e apoio para a agricultura familiar. No mundo, 80% dos ALIMENTOS são produzidos por agricultores pobres. Se a capacidade produtiva desses produtores for fortalecida e se for criada uma rede de proteção social que dê aos mais pobres o acesso ao alimento, é possível evitar a fome. É uma questão de decisão política.

Fonte : Conselho Federal de Nutricionistas acesso em 05/07/2011
Autor/Fonte: GAZETA DO POVO - PR


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